Sétima Rodada vende 251 blocos de petróleo e arrecada R$ 1,085 bilhão

19/10/2005 - 20h59

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência

Rio – A Agência Nacional do Petróleo (ANP) fechou os três dias da Sétima Rodada de Licitação de Áreas concedendo às empresas habilitadas 251 blocos exploratórios e 16 áreas inativas com acumulações marginais – campos já explorados e com pouco potencial para a exploração de petróleo e gás natural.

Foram arrecadados R$ 1,088 bilhão em bônus de assinatura – valor a ser pago pelas empresas por ocasião das assinaturas dos contratos em janeiro do próximo ano. Segundo a ANP, este valor é recorde na história dos leilões e chega a ser quase o dobro dos R$ 665 milhões arrecadados na sexta rodada – o maior volume até agora.

Também foi batido o recorde de blocos arrematados: 251 contra 154 da rodada anterior. "Foi uma vitória muito grande do ponto de vista econômico e financeiro. Conseguimos vender 20% dos 1.138 blocos ofertados e das 17 acumulações marginais, contra uma média mundial de 10% a 12%", comemorou o diretor-geral da ANP, Haroldo Lima.

Deste total de R$ 1,085 milhão arrecadado em bônus de assinatura, R$ 3,045 milhões foram pagos pelas empresas vencedoras das licitações das 16 áreas com acumulações marginais que foram arrematadas pelas empresas de pequeno porte, de um total de 17 ofertados pela ANP. A Petrobras foi, individualmente, a maior vencedora tendo arrecadado, sozinha ou em consórcio, 96 blocos exploratórios, tendo pago R$ 533,058 milhões em bônus de assinatura. Depois da Petrobrás, quem mais bônus pagou foi a norte-americana Devon (R$ 188 milhões), seguida pela Repsol YPF R$ 128
milhões.

De acordo com o balanço divulgado pela ANP, com o êxito do leilão estão garantidos pelo Programa Exploratório Mínimo (PEM) R$ 1,797 bilhão para os próximos seis anos. A Petrobras responderá, sozinha, por 46% desse investimento. A média de comprometimento com o conteúdo local (equipamentos adquiridos no país) ficou em 74% na fase de exploração e em 81% na de desenvolvimento da produção.

Outro ponto destacado pelo diretor-geral da ANP diz respeito ao fato de que pela primeira vez a soma dos blocos arrematados pelas empresas nacionais e internacionais ultrapassa, em um leilão da agência, o total arrematado pela Petrobras. Somente as empresas nacionais que participaram da rodada levaram 96 blocos exploratórios – o mesmo número da Petrobras.

Haroldo Lima também destacou a diversidade de áreas e de empresas que estiveram envolvidas no processo, ao contrário de leilões anteriores. "Houve, como sempre, grande procura pelas áreas prioritárias onde os bônus totalizaram R$ 900 milhões. R$ 500 milhões foram ofertados para a bacia de Santos, com grande potencial para a descoberta de gás – a prioridade do leilão; R$ 280 milhões para a Bacia de Campos; e R$ 110 milhões para a bacia do Espírito Santo – todas consideradas bacias maduras. Mais as bacias de novas fronteiras atraíram em bônus de assinatura R$ 50 milhões".

Outro destaque nesta rodada foi o fato de que empresas estreantes participaram de forma ostensiva da licitação. Este foi o caso, por exemplo, da Argentina Oil M&S que arrematou sozinha 43 blocos na Bacia do São Francisco e na bacia do Solimões – todas áreas de nova fronteira. Ainda na Bacia Terrestre do São Francisco foram arrematados 39 blocos, dos 43 ofertados. Além da empresa argentina, levaram blocos as estreantes brasileiras Orteg, Delp, Codemig, Logos, Tamar e Geobras – que levou oito blocos.

Já na bacia terrestre do Solimões, que não era oferecida desde a quarta rodada, foram oferecidos 28 blocos e 25 arrematados: quatro pela Petrobras e as demais pela empresa da Argentina.