Presidente da Varig se diz satisfeito com proposta do BNDES para problemas da empresa

19/10/2005 - 14h48

Rio, 19/10/2005 (Agência Brasil - ABr) - O presidente da Varig, Omar Carneiro, disse que ficou satisfeito com a proposta apresentada hoje pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de aporte de recursos para investidores da companhia. A proposta foi apresentada na assembléia de credores, na Fundação Ruben Berta, na Ilha do Governador. "A companhia viu com bons olhos e ficou feliz de ver o governo participando e trazendo uma proposta concreta para a salvação da Varig", disse Omar Carneiro.

Segundo Carneiro, a posição da empresa tem sido sempre de procurar manter diálogo direto com o governo para esse tipo de solução. Ele destacou também a participação dos empregados no processo. "Não poderia ser de outra forma. Não existe solução, e temos batido na tecla de que o problema da Varig não passe por acordos com o governo, que não só é o maior credor da empresa, o órgão regulador e fornecedor", explicou.

Durante a assembléia, o presidente da Varig manifestou a preocupação de que a decisão do governo fosse informada imediatamente à Corte da Justiça de Nova York. Está marcada para segunda-feira (24) uma audiência na justiça americana para analisar os pedidos de fornecedores da empresa para a retomada dos aviões. "Faço apelo de que a posição do governo seja comunicada imediatamente à Corte de Nova York", disse.

O pedido foi aceito e a direção da mesa da assembléia informou que seria feito o comunicado à Corte de Nova York.

Além do anúncio da decisão do governo federal, outro fator pode contribuir para impedir o seqüestro dos aviões da Varig. Carneiro confirmou que a companhia fez o pagamento de US$ 2,5 milhões para estender o prazo da proposta de compra da VariLog (subsidiária que atua no transporte de cargas) pelo fundo Matlin Petterson.

"Quando renegociamos, que era uma condição contratual, renegociamos a extensão para podermos continuar tendo a proteção do juízo americano. A decisão é clara e está nos autos. Caso não houvesse uma proposta concreta até o dia 20, o juízo americano poderia suspender a proteção que vinha dando aos aviões da Varig no Brasil e no exterior, principalmente nos Estados Unidos", esclareceu.

Segundo Omar Carneiro, o fundo Matlin Petterson, interessado na aquisição da VarigLog, tinha dado prazo até 22 de setembro, com prorrogação até 21 de outubro, para a conclusão das negociações. "Nós não podíamos ficar sem essa proteção. Isso foi como uma apólice de seguro que a Varig foi obrigada a fazer. Isso foi comunicado ao juízo e aprovado pelo conselho de administração da empresa por unanimidade", acrescentou.