Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O deputado José Dirceu (PT-SP) disse, há pouco, que respeita a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que decidiu não suspender o processo ele na Câmara dos Deputados. Dirceu entrou com ação, alegando que as acusações contra ele se referem ao período em que ocupava o cargo de ministro-chefe da Casa Civil. Dirceu argumenta que, como estava licenciado do cargo de deputado, não poderia ser julgado pela Câmara.
O pedido de suspensão do processo na Câmara foi negado pelo Supremo, por sete votos a três. O STF ainda decidirá sobre o mérito do processo. Até que seja julgado, valerá a decisão de hoje sobre o pedido de liminar.
Dirceu diz que, quando for julgado o mérito do recurso, "vai resolver um problema constitucional que existia". "Se a Câmara pode processar e julgar um deputado que estava licenciado. Se o Supremo decidir o mérito vai poder, a partir de agora, mas isso não estava decidido", afirmou Dirceu. "Havia dúvidas constitucionais. Tanto é que o relator deu voto favorável ao recurso".
"Outra questão é saber se eu sou culpado ou inocente. Isso eu vou continuar defendendo", afirmou Dirceu. O deputado disse que recorreu ao Supremo por considerar que um direito seu estava sendo ferido. "Ainda que o mérito não esteja definido o indicativo dos votos dos ministros é pela manutenção da decisão", dissse, referindo-se à tendência de que o mérito da questão também seja negado.
Disse ainda que se sente "inocente, sereno e tranquilo". "Eu tenho ainda recurso na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a votação no Conselho de Ética e no plenário", afirmou. Na CCJ, O deputado recorre pelo fato do PTB, que havia entrado com denúncia contra ele, retirou a acusação. Dirceu confirmou que amanhã, às 14h30, vai apresentar o seu contravoto para responder o que foi levantado pelo relator do seu processo no Conselho de Ética, deputado Júlio Delgado (PSB-MG).