ANP prossegue na Sétima Rodada de Licitação ofertando 17 áreas inativas

19/10/2005 - 9h18

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Rio - Ainda comemorando o êxito da primeira fase da Sétima Rodada de Licitações de áreas para exploração e produção de petróleo e gás natural em 14 bacias sedimentares do país, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustiveis (ANP) dá prosseguimento, na manhã de hoje, à segunda fase do leilão ofertando os 17 blocos contendo áreas inativas com acumulações marginais (campos maduros), 11 na Bahia e seis em Sergipe. Na primeira fase, foram concedidos 251 blocos e arrecadados R$ 1,085 bilhão em bônus de assinatura (valor a ser pago pela concessão pelas empresas no ato da assinatura dos contratos).

Segundo a ANP, os blocos foram selecionados em razão de facilidade logística que apresentam para a viabilizar rapidamente a produção. Para esses blocos, o processo de avaliação atribui peso de 25% ao bônus de assinatura e 75% de peso para o Programa de Trabalho Inicial, que determina os investimentos e a cronologia de desenvolvimento da produção de petróleo e gás natural.

Das 114 empresas habilitadas para participar desta rodada, 89 o foram apenas para as 17 áreas inativas (a chamada parte B), embora outras 19 viriam a se habilitar para ambas as fases, e não só para os blocos exploratórios com potencial de risco.

O diretor da ANP, Newton Monteiro, no entanto, não acredita que as grandes empresas entrem nesta segunda fase do leilão para concorrer com as pequenas empresas - objeto alvo da ANP. "Acho que não faz sentido as empresas grandes entrarem na disputa pelos campos marginais. É uma outra escala de negócios. Seria como o Carrefour estar interessado em comprar uma pequena quitanda. Esperamos que nesta segunda fase trabalhemos apenas com pequenas empresas, de preferência brasileiras", disse.

Monteiro não quis fazer prognósticos sobre a capacidade media de produção dos 17 blocos que estarão sendo ofertados. "É difícil falar da possibilidade de produção média dos campos maduros, pois todos estão fechados. Mas nós disponibilizamos todos os dados para que os compradores fizessem a sua avaliação. Tenho dito aos investidores, no entanto, que não prometo nenhum campo daquele produzindo mais de 100 barris por dia. Mas, 100 barris dia para um cara pequeno já é alguma coisa", afirmou.

Segundo ele, alguns campos dos que estão sendo ofertados chegaram a produzir, quando eram da Petrobrás, até mil barris por dia."Só que eles agora estão fechados. E foram fechados porque a produção na época, com o petróleo muito mais barato, não tinha um nível econômico que satisfizesse a Petrobrás. Na ocasião o petróleo custava US$ 8 a US$ 10 o barril. Custando US$ 60 eles passam a valer o investimento", revelou o diretor. Nas estimativas do mercado, no entanto, a produção média desses campos marginais deverá ficar em torno dos 30 a 60 barris por dia.