Irene Lôbo e Yara Aquino
Repórteres da Agência Brasil
Brasília – As doenças crônicas no país aumentaram de 34,4% para 48,3% entre 1979 e 2003. Esse é um dos dados do Guia Alimentar para a População Brasileira, a ser lançado nos próximos dias em comemoração à Semana Mundial da Alimentação (16 a 22 de outubro).
"A alimentação saudável também é proteção para uma série de doenças que atingem a população e podem causar a morte", explica a nutricionista Maria de Fátima Carvalho, do Ministério da Saúde.
"As evidências científicas têm relacionado certos tipos de alimentos como fatores de proteção para uma série de doenças que acometem a população e levam à morte, que são as doenças crônicas não-transmissíveis, como a obesidade, diabetes, hipertensão, alguns tipos de câncer e até mesmo as doenças cardiovasculares", afirma.
Segundo o Guia, houve um aumento nos últimos 30 anos no consumo de alguns alimentos considerados prejudiciais à saúde. Eles são ricos em açúcar, gorduras e sal. "Nós consumimos açúcar demais, gorduras em excesso e sal absurdamente acima dos limites normais e esses três grupos de nutrientes estão relacionadas também a essas doenças crônicas não-transmissíveis", diz Maria de Fátima.
O dados apurados mostram que o consumo de açúcar aumentou 30%. O Guia recomenda a redução de pelo menos metade do consumo diário de sal, já que o produto está diretamente relacionado a doenças cardiovasculares e hipertensão.
Para a nutricionista, é necessário avançar na educação profissional das crianças, já que muitos hábitos alimentares são formados na infância. Segundo ela, também será preciso adaptar a cadeia produtiva de alimentos para que sejam produzidos alimentos mais saudáveis. "Você precisa de outras ações para que haja um reajuste da produção de alimentos de tal forma que a indústria brasileira de alimentação coloque para a população alimentos mais saudáveis, mais de acordo com aqueles atributos que nós consideramos fundamentais para compor uma alimentação saudável".
