Segunda etapa da vacinação contra aftosa pode ser antecipada no Paraná

14/10/2005 - 8h31

Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil

Curitiba - A segunda etapa da Campanha de Vacinação contra a Febre Aftosa, prevista para o dia 1º de novembro, deve ser antecipada no Paraná. Segundo o secretário da Agricultura e vice-governador Orlando Pessuti, desde o último domingo (9), quando foram oficialmente informadas sobre o foco da doença em Mato Grosso do Sul, as autoridades ligadas ao setor estão se reunindo diariamente para adotar medidas de proteção ao rebanho do estado.

A antecipação da campanha de vacinação é uma das propostas a serem apresentadas hoje, em Brasília, pelo governo do Paraná, na reunião convocada pelo ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, com os secretários de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul. A vacina demora cerca de sete dias para imunizar os animais e por isso, segundo o secretário, não se pode esperar muito para realizar a campanha.

O Paraná tem 120 técnicos trabalhando nas barreiras sanitárias montadas em 30 cidades de fronteira com o Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina. Além das barreiras fixas, agora estão atuando barreiras volantes.

Está proibida a entrada no estado de caminhões carregados com animais suscetíveis à contaminação pela febre aftosa, como bovinos, bubalinos, ovinos, caprinos e suínos. Também não é permitida a passagem de produtos e subprodutos oriundos desses animais.

De acordo com Orlando Pessuti, vários caminhões carregados com animais foram barrados nas últimas horas e tiveram que voltar aos seus locais de origem. Os fiscais barraram inclusive caminhões com animais procedentes de Mato Grosso, que tentaram passar pela Ponte de Guairá. O secretário explicou que a proibição nesse caso ocorreu porque eles transitaram pela zona de ocorrência do foco e podiam estar transportando o vírus.

Todos os veículos procedentes de Mato Grosso do Sul têm os pneus pulverizados com biocida, necessário para eliminar o vírus da doença. O secretário explicou que até os porta-malas de veículos de passeio estão sendo vistoriados.

De acordo com dados da Secretaria da Agricultura, o Paraná não registra febre aftosa há dez anos. Em 2000, o estado foi reconhecido internacionalmente como área livre de aftosa com vacinação. O Paraná tem 214.988 propriedades rurais com bovinos. O rebanho é de 10,094 milhões de cabeças, o que representa 5,5% do rebanho brasileiro, composto por 180 milhões de cabeças. Na última etapa da vacinação, 98,8% dos animais foram vacinados.