Rio, 14/10/2005 (Agência Brasil - ABr) - O setor da indústria, com aumento de 53%, explica em grande parte o crescimento de 12% nos desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) nos nove primeiros meses deste ano: foram R$ 31,2 bilhões, contra os R$ 27,9 bilhões em igual período de 2004.
O superintendente da Área de Planejamento do banco, Aluysio Asti, disse que o resultado positivo pode ser explicado, também, pelas liberações destinadas à exportação, que subiram 47%, somando US$ 3,3 bilhões até setembro. O setor industrial também foi destaque na área da exportação, recebendo US$ 3 bilhões do BNDES – mais 48% do que em 2004.
A tendência, segundo Asti, é que esses duas atividades (indústria e exportação) continuem liderando as liberações, até o final do ano. Ele citou o "grande salto dado pela indústria" e destacou o segmento mecânico, no qual o aumento de desembolsos foi de 274%, passando de R$ 587 milhões para R$ 2,2 bilhões.
Outro resultado significativo foi apresentado, no setor industrial, pelo segmento de material de transporte, que engloba veículos automotores, aeronaves, embarcações e equipamentos ferroviários: aumento de 26% em relação a 2004, com liberação de R$ 5,7 bilhões.
As micro, pequenas e médias empresas receberam entre janeiro e setembro R$ 8,9 bilhões, repetindo praticamente o desempenho dos primeiros nove meses do ano passado. Aluysio Asti observou, entretanto, que desagregando os dados das micro e pequenas empresas dos das pessoas físicas ligadas à agricultura, o resultado é positivo. "Houve uma grande frustração no meio rural em termos de investimento em máquinas e equipamentos", acrescentou.
Segundo o BNDES, as aprovações de pedidos de financiamento cresceram 47%, somando R$ 36,1 bilhões, enquanto os enquadramentos tiveram aumento de 19%, alcançando R$ 60,6 bilhões.
O superintendente informou ainda que a instituição está trabalhando para realizar até o final do ano o orçamento de R$ 50 bilhões, previsto para o exercício. O orçamento de desembolsos havia sido definido inicialmente em R$ 60 bilhões, mas foi revisto para baixo pela diretoria, diante da procura por financiamento aquém da esperada.