Empresas afirmam que greve na Receita não afetou portos e aeroportos no Rio

13/10/2005 - 16h11

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil

Rio - A greve dos técnicos da Receita Federal, realizada em todo o país desde 19 de setembro, não afetou os serviços nos portos e aeroportos do Rio de Janeiro. A Infraero negou reflexos gerados pela paralisação. Segundo a Companhia Docas do Rio até agora também não houve registro de atraso ou de outros problemas na entrega ou recebimento de mercadorias. A categoria se reúne hoje (13) em assembléia para decidir o rumo da paralisação.

O diretor-adjunto de assuntos jurídicos do Sindicato Nacional dos Técnicos da Receita Federal (Sindireceita) no Rio de Janeiro, Roberto Carlos dos Santos, afirmou que a adesão à greve em todo o país é de 90% da categoria. Segundo ele, os serviços mais prejudicados no Rio foram o atendimento ao público feito nas agências da Receita e na Alfândega, onde cerca de 50% do quadro de funcionários é composto por técnicos. "O movimento vem ganhando força a cada dia por causa da indignação e da insatisfação dos técnicos em relação à situação que nos foi imposta pelo governo", disse Santos.

Os 6,5 mil técnicos interromperam suas atividades para protestar contra a maneira de implantação da Medida Provisória (MP) 258, que criou a Receita Federal do Brasil, a chamada Super Receita. Com a MP, houve a fusão das secretarias da Receita Federal e da Receita Previdenciária.

A categoria reivindica que o texto da medida provisória especifique as atribuições dos técnicos, além de que seja retirada a definição de técnicos como "auxiliares". Segundo os funcionários, essa designação não condiz com as atividades exercidas. "Em algumas agências não há nem fiscal e todo trabalho é realizado por técnicos. Essa designação de auxiliar está na lei em função de corporativismo", afirmou Santos.