Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Brasil vai perder sua condição de maior exportador de carne bovina. Essa é a avaliação de Willian Vilela, gerente de sanidade animal da Agrodefesa de Goiás, que falou com exclusividade à Agência Brasil.
Segundo ele, a confiança do mercado internacional no produto brasileiro só deve ser readquirida seis meses depois do sacrifício do último animal doente. Leia o segundo trecho da entrevista.
Agência Brasil: Qual é o prejuízo que a febre aftosa vai causar para o Brasil?
Willian Vilela: O Brasil vai perder a condição de maior exportador mundial. O maior exportador do Brasil é o estado de São Paulo, que está proibido de exportar; o segundo maior é o Mato Grosso do Sul, também proibido e o terceiro maior é Goiás, único que não possui restrições. Mas se perdemos o maior e o segundo maior, com certeza o Brasil perderá ainda este mês a sua condição de maior exportador mundial de carne bovina.
ABr: Quanto tempo iremos demorar para readquirir a confiança do mercado internacional?
Vilela: Seis meses após o sacrifício do último animal doente, o que ocorreu ontem, dia 12 de outubro.
ABr: E a vacina brasileira, é de boa qualidade?
Vilela: A vacina que temos é uma das melhores do mundo. A Aftosa tem sete tipos de vírus, nas Américas ocorrem três tipos e cada tipo tem mais de uma centena de subtipos. Alguns países não sacrificam animais, porque não estão no processo de erradicação da doença e não exportam carne. Na América do Sul, só Brasil, Chile, Argentina, Paraguai e a Venezuela têm áreas livres de aftosa. Os únicos países que não vacinam são o Chile e a Guiana Francesa.
ABr: E quantas vezes por ano o gado brasileiro é vacinado?
Vilela: Duas vezes por ano. No próximo dia 1º de novembro acontecerá a segunda etapa de vacinação deste ano. Serão vacinados 70% dos rebanhos do país na segunda etapa. A primeira etapa ocorreu em maio deste ano. A vacinação é obrigatória em todos os estados do Brasil. Na última etapa, foram vacinados 98,48% do rebanho brasileiro.