Mesa da Câmara discute relatório que pede processo contra deputados citados em CPIs

11/10/2005 - 10h09

Marcela Rebelo
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Os integrantes da Mesa Diretora da Câmara já estão reunidos com o presidente da Casa, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), para discutir o encaminhamento do relatório da Corregedoria, que pede a abertura de processo contra 13 parlamentares no Conselho de Ética.

O deputado João Caldas (PL-AL), quarto secretário da Mesa, reafirmou ao chegar para a reunião que pode pedir vistas do relatório, caso decida-se enviar os processos em bloco. Ele disse que sua preocupação é com o procedimento formal.

Caldas também disse ser favorável ao arquivamento do processo contra o deputado Wanderval Santos (PL-SP). "Conheço esse caso e acompanhei. Se fosse votar hoje, seria para arquivar o processo dele". O nome de um assessor de Wanderval consta de uma lista de sacadores das contas de Marcos Valério no Banco Rural, mas o relator do caso na Corregedoria, deputado Robson Tuma (PFL-SP), diz que não há provas contundentes contra o parlamentar.

O primeiro vice-presidente da Mesa, José Tomás Nonô (PFL-AL) defende que todos os processos sejam enviados ao Conselho de Ética, que ficaria responsável por decidir pelo arquivamento. Ele afirmou ser contra o pedido para analisar o processo. "Esses processos já deviam estar no Conselho de Ética há 30 dias, sei lá, 15, 20 dias", afirmou.

Nonô acredita que o pedido de vistas poderá apenas atrasar o envio ao Conselho de Ética. "Os deputados lutam por uma sobrevida. Agora, não me parece uma atitude muito inteligente porque, na realidade, esses processos podem demorar uma semana, um dia, dois, mas sem dúvida alguma não passam deste mês", afirmou. Para o responsável pelo relatório, deputado Ciro Nogueira (PP-PI), o pedido de vistas "é um direito que o parlamentar tem".

No relatório da Corregedoria constam os nomes de 16 parlamentares citados pelas Comissões Parlamentares Mistas de Inquérito dos Correios e da Compra de Votos. O relatório faz a ressalva, no entanto de que três deputados citados pela Corregedoria já estão com processo instaurado no Conselho de Ética: José Dirceu (PT-SP), Sandro Mabel (PL-GO) e Romeu Queiroz (PTB-MG). Segundo o documento, abrir um novo processo contra os três parlamentares atrasaria o andamento dos trabalhos.