Governador decreta estado de calamidade pública em hidrovias do Amazonas

11/10/2005 - 12h31

Thaís Brianezi
Repórter da Agência Brasil

Manaus - A seca e prolongada continua provocando prejuízos ao Amazonas. Ontem à tarde, o governador Eduardo Braga decretou estado de calamidade pública nas hidrovias do estado. O número de municípios em estado de emergência se manteve: Atalaia do Norte, Anori, Caapiranga e Manaquiri, todos no rio Solimões.

Os municípios em estado de alerta já são 19: Tabatinga, Benjamin Constant, São Paulo de Olivença, Santo Antônio do Içá, Jutaí, Tefé, Coari, Cadajás e Anamã, no rio Solimões; Canutama, Lábrea, Tapauá e Boca do Acre, no rio Purus; Envira e Ipixuna, no rio Juruá; Humaitá, Manicoré, Novo Aripuanã e Nova Olinda do Norte, no rio Madeira.

As informações são do comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas e coordenador da Defesa Civil Estadual, coronel Franz Marinho Alcântara. Segundo ele, os maiores problemas enfrentados pela população desses municípios, especialmente a que vive na zona rural, é a falta de água potável, alimentos, medicamentos e combustível. O coronel informou que 150 bombeiros militares estão trabalhando no socorro às comunidades, isoladas pela vazante dos rios.

"Eles estão cadastrando as famílias, levantando suas necessidades. Estamos empregando um caminhão fabricado no Corpo de Bombeiros, que trafega em qualquer terreno, e motocicletas, na busca de pessoas perdidas na mata para percorrer o leito dos rios secos", contou. "No baú da motocicleta levamos hipoclorito de sódio (água sanitária)e tintura de iodo para adicionar à água e torná-la própria para o consumo", completou.

Ontem o governador Eduardo Braga se reuniu com o comandante militar da Amazônia, general Figueiredo. Um dos pontos da pauta, segundo o major Fontes, responsável pela comunicação do Comando Militar da Amazônia (CMA), foi o apoio do Exército às ações emergenciais no interior do estado.

"Estamos aguardando hoje o governador dizer exatamente do que precisa, para providenciarmos o que for necessário. Para determinadas ações, temos disponibilidade imediata. Para outras, como transporte de carga em aviões maiores, vamos precisar buscar recursos ou a transferência de horas de vôo de outras unidades do país, porque as nossas estão chegando ao limite", informou o major.

Para o coronel Alcântara, talvez seja necessária a colaboração do Exército. "Possivelmente vamos precisar do Exército para abrir cacimbões, que são os poços que a gente faz cavando buracos na terra. Contaremos também com apoio de voluntários das próprias comunidades", afirmou.

Segundo o assessor de comunicação do Ministério da Integração Nacional, Luís Cláudio Cicci, a Secretaria Nacional de Defesa Civil já entrou em contato com os ministérios da Defesa, da Agricultura e da Saúde para viabilizar a distribuição de água potável, cestas básicas e medicamentos aos municípios amazonenses atingidos pela seca.