Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio – A construção de barragens ao longo do Rio Paraíba do Sul – que passa pelos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais – provocou a extinção de cerca de 25% das espécies de peixes que compõem a fauna local, como dourados e surubins. A denúncia foi feita hoje (11), na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), e foi baseada em um estudo produzido pelo Departamento de Ictiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
"Foram feitas análises dos peixes que viviam no Rio Paraíba do Sul há 20 anos, há 10 anos e entre os anos de 2004 e 2005. Através da comparação desses resultados, foi possível perceber a extinção sobretudo das espécies migratórias, que são aquelas que precisam se movimentar para se reproduzir", disse o presidente da Comissão de Meio Ambiente da Alerj, deputado Carlos Minc (PT-RJ).
Segundo Minc, o estudo aponta que a construção de barragens interrompeu o rio, mudou a qualidade da água e fez com que os peixes perdessem o contato com as áreas destinadas à reprodução.
Ele afirmou, ainda, que serão cobradas medidas de recuperação ambiental, como investimentos em estações de reprodução de peixes e o monitoramento periódico da fauna, das direções das barragens já existentes. O deputado Carlos Minc disse também que será pedida moratória de um ano para a construção de novas barragens. O objetivo dessa decisão, segundo ele, é impedir a extinção das espécies remanescentes, condicionando as construções à definição de medidas ambientais e sociais a serem adotadas.
"Há cinco novas barragens projetadas, por isso os resultados desse estudo são tão importantes para evitar o aniquilamento das espécies. Nós não queremos um ‘apagão’ no Rio Paraíba do Sul", afirmou o deputado.