Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio – "Certamente a decisão da Petrobras em passar a priorizar a indústria naval brasileira, em fazer as suas encomendas no mercado interno, também foi fundamental para a revitalização do setor naval", avalia o secretário de Energia, Indústria Naval e Petróleo, Vagner Victer. "Basta lembrar que no passado, a Petrobras contratava a maioria de suas encomendas no exterior. Muitos estaleiros de Cingapura, de Portugal e da Espanha foram revitalizados com encomendas da Petrobras".
Para o secretário, a decisão do governo federal de aumentar a presença do conteúdo local nas plataformas a serem construídas e de, inclusive, levar a que o casco da plataforma petrolífera P-52 fosse integralmente feito no Brasil também está sendo uma contribuição importante para o setor.
A plataforma P-51 é a primeira unidade do tipo semi-submersível inteiramente construída no país. Com investimentos da ordem de R$ 2,3 bilhões, as obras da P-51 estão gerando mais de cinco mil empregos diretos. Com 70% de conteúdo nacional a unidade deverá estar operando a plena carga, no início do segundo trimestre de 2007, com a produção de 180 mil barris de petróleo e de 6 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia.
Ela se destina ao Campo de Marlin Sul, na Bacia de Campos, que responde por 80% da produção nacional. O casco da unidade está sendo construído em módulos na Nuclebrás Equipamentos Pesados (Nuclep), em Itaguaí, região metropolitana do Rio.
A empresa, ligada ao Ministério de Ciência e Tecnologia, passa a receber encomendas entre US$ 50 a US$ 100 milhões. Com isto, segundo seu presidente, Jaime Cardoso, a empresa voltará a ter resultados positivos depois de ter amargado, durante os últimos dez anos, um prejuízo anual da ordem de R$ 35 milhões.
Criada no governo do presidente Geisel para dar suporte à construção das oito usinas nucleares previstas no acordo Brasil-Alemanhã, a Nuclep vinha operando com apenas 30% de sua capacidade.