Rio, 9/10/2005 (Agência Brasil - ABr) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa amanhã (10) da solenidade de lançamento, pela Petrobras, de licitação para construção de navios do Programa de Modernização e Expansão da Frota Nacional de Petroleiros. Na primeira fase, o programa prevê a construção de 26 navios de grande porte, com investimentos de US$ 1,1 bilhão e geração de 20 mil empregos diretos e indiretos. Em sua totalidade, porém, o programa prevê a construção de 42 embarcações com os investimentos chegando a US$ 1,9 bilhão.
Segundo informações da Transpetro (Petrobras Transporte SA), no início da solenidade, que marca definitivamente a recuperação da indústria naval brasileira, será anunciada a lista final dos grupos pré-qualificados. Em seguida, haverá o "encaminhamento simbólico" das cartas-convite às empresas que passaram na fase de pré-qualificação promovida pela empresa. ]
De acordo com a Transpetro, das 11 empresas inscritas inicialmente, apenas sete vão participar do processo final, quatro das quais foram selecionadas pela Comissão de Licitação e três (todas do Rio de Janeiro) foram incluídas por "atos de gestão".
Dos sete estaleiros que vão receber a carta-convite, quatro são do Rio de Janeiro; dois do Rio Grande do Sul e um de Pernambuco.
Em entrevista à Agência Brasil, o presidente da Transpetro, Sérgio Machado, disse que essa é a oportunidade para se retomar outro segmento dentro do setor naval: o da construção de navios de grande porte e alta tecnologia. "O governo Federal, a Petrobras e a Transpetro estão oferecendo ao setor de construção naval uma demanda de 26 petroleiros, o que vai permitir que o setor retome o seu rumo, se modernize, invista em tecnologia e se torne competitivo a nível internacional", afirmou.
Segundo Sérgio Machado, com essa licitação, o setor de construção de navios de grande porte - que desde 1996, estava paralisado e, portanto, sem gerar renda e emprego para os brasileiros - ganha uma oportunidade histórica de retomar a posição que tinha na década de 70, quando o país tinha a segunda maior indústria naval do mundo.
Quando o edital de pré-qualificação foi lançado, há alguns meses, Machado destacou a importância do programa para a economia brasileira. "O domínio dos mares é fundamental para tornar o Brasil competitivo. Somente os 22 primeiros petroleiros vão incorporar à nossa frota de 80 a 100 mil toneladas de porte bruto", disse, então, o presidente da Transpetro. "Ao longo dos últimos anos, reduzimos nossa frota e o Brasil hoje tem um déficit em seu transporte marítimo da ordem de US$ 6 bilhões por ano. Com o Programa de Modernização e Expansão da Frota, o governo federal recria um setor onde o país já foi o segundo maior do mundo", acrescentou.