Edla Lula
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A Associação Brasileira de Indústria Têxtil e Confecções (Abit) também está se movimentando para pedir, ao governo brasileiro, proteção para o setor. Rafael Cervone Netto, conselheiro administrativo da Abit, afirmou que na quinta-feira, quando o decreto que regulamenta a salvaguarda foi publicado no Diário Oficial, a entidade protocolou um pedido.
A associação quer que o governo investigue concorrência desleal na área de seda. Segundo a Abit, as vendas do tecido chinês cresceram 300% entre 2004 e 2005. Amanhã a entidade vai entrar com um novo pedido de proteção, desta vez para o veludo.
Segundo Cervone Netto, uma empresa contratada pela Abit já tem provas da prática de subfaturamento e descaminhos, ou seja, de que os preços chineses estão bem abaixo da média e de que os tecidos entram de maneira ilegal no Brasil. "Uma prática muito comum é o exportador chinês formalizar a entrada de um produto para o país e, na verdade, o que está vendendo é um outro, fornecem a informação de classificação de mercadoria errada", conta o empresário.
O decreto que regulamenta a possibilidade de aplicação de salvaguardas contra importações de produtos chineses, assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi publicado na quinta-feira (6) no Diário Oficial da União. Com a regulamentação, o país passa a dispor de um instrumento legal para aplicar um mecanismo de proteção à entrada desenfreada de produtos chineses no mercado brasileiro. Até então, esse procedimento não era permitido.