Especial 9 - Brasil tem que assumir compromissos, diz representante de ONG

08/10/2005 - 9h45

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Rio - O Brasil, como quarto país que mais emite gás carbônico no mundo, não pode se furtar de assumir compromissos com metas de redução de desmatamentos e queimadas em suas florestas. durante a realização da Conferência sobre Mudanças Climáticas (United Nations Climate Change Conference), que será realizada em Montreal, no Canadá, no período de 28 de novembro a 9 de dezembro deste ano. A afirmação é do diretor de campanha da organização não-governamental (ONG) Greenpeace no Brasil, Marcelo Furtado.

Ele ressaltou que a reunião de Montreal será a primeira depois que praticamente todos os países se tornaram oficialmente parte do Tratado de Quioto, em vigor desde fevereiro. "Será um momento muito importante, porque se discutirá se os países ricos estão atingindo suas metas de redução na emissão de gás carbônico (CO2) e também porque será dado o pontapé inicial para outra discussão importante, que diz respeito aos países em desenvolvimento", afirmou Furtado.

O diretor da ONG lembrou que, de acordo com a Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, o Brasil e os demais países em desenvolvimento deverão contribuir para eliminar o problema do efeito estufa a partir de 2012.

"É uma discussão importante essa que vai começar em Montreal. O governo brasileiro tem sido relutante em assumir qualquer meta de redução de emissão de CO2. Só que, se nós continuarmos com essa atitude, o que vai acontecer na prática é que o planeta continuará aquecendo. É por isso que temos que assumir nossos compromissos: somos um grande emissor e podemos resolver o problema lidando com a questão do desmatamento e das queimadas", disse Marcelo Furtado.

Ele defendeu a necessidade de o país ser criativo na busca de soluções e no encontro de mecanismos de financiamento para viabilizar a "governança" da floresta. "Porque nós já vimos que, quando a lei se faz presente na floresta, o desmatamento diminui. E neste ano a gente viu isso acontecendo", afirmou.