Chefe da missão do FMI diz que Brasil ''deve praticar política fiscal mais agressiva''

07/10/2005 - 12h42

Lourenço Melo
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O chefe da missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) ao Brasil, Charles Collyns, afirmou hoje (7) ao deixar o Ministério da Fazenda que a proposta do governo para o orçamento do ano que vem "está adequada às condições do país". O Brasil, segundo ele, "deve praticar uma política fiscal mais agressiva, pois de resto, a economia do país vai muito bem. (...) O ajuste da economia vem acontecendo, na verdade, desde o ano passado".

Ele afirmou que leva para Washington "bons resultados da economia brasileira, que serão analisados em reunião da diretoria do FMI que vai se realizar em dezembro". Charles Collyns acha que o governo vem cuidando da política monetária "de forma correta e cautelosa, principalmente agora, com a redução lenta da taxa de juros anual (a Selic)".

Collyns apoiou também a política de flexibilidade no câmbio, em que a relação real-dolar funciona pelo sistema flutuante, de acordo com as regras de oferta e procura do mercado. A desvalorização do dólar frente ao real, conforme entende o chefe da Missão do FMI, auxilia também o país a compor suas reservas internacionais na moeda americana.

"O Brasil vem demonstrando aos mercados a sua disposição de baixar a inflação e as exportações continuam também com ótimo desempenho", disse.

Charles Collyns se reuniu durante cerca de 2 horas com o ministro da Fazenda Antônio Palocci, com o secretário Executivo da pasta, Murilo Portugal, com o secretário do Tesouro, Joaquim Levy, e com o secretário de Relações Internacionais, Luis Pereira.