Pernambuco discute implantação do projeto Escola Itinerante em áreas de acampamento

06/10/2005 - 12h18

Recife, 6/10/2005 (Agência Brasil - ABr) - A definição de uma metodologia pedagógica específica para implantação do projeto Escola Itinerante em áreas de acampamento de trabalhadores sem terra em Pernambuco é o tema de um seminário que está sendo realizado, hoje e amanhã (6 e 7), em Boa Viagem. Participam das discussões representantes de universidades públicas, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), da Secretaria de Educação e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

De acordo com a coordenadora de Educação do MST, Rubneuza de Souza, a idéia é beneficiar com o aprendizado dos conteúdos da educação fundamental cerca de 50 mil crianças e adolescentes de famílias de trabalhadores rurais de Pernambuco que aguardam a conquista da terra.

Segundo Rubneuza, atualmente, 153 áreas de acampamentos do MST não têm atendimento regular de ensino às crianças. "A maioria das crianças filhas de dos trabalhadores rurais acampados está sem assistência educacional porque existe uma política dos municípios estabelecendo que a regularização de escolas nas áreas de acampamento significa legitimar as ocupações de terra", afirmou Rubneuza.

Ela informou que o MST desenvolve atualmente atividades educacionais nas áreas de acampamento, mas ressaltou que estão desvinculadas do sistema formal de ensino. Na opinião de Rubneuza, as escolas rurais das áreas de assentamentos devem ser dotadas de bibliotecas e quadras esportivas.

A secretária executiva de Desenvolvimento da Educação, Sara Lima, assegurou que o governo estadual pretende viabilizar a regulamentação do direito da escolaridade às famílias que vivem em acampamentos, a partir do próximo ano, com base nas propostas que forem apresentadas durante o seminário.

Escolas itinerantes já existem no Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Alagoas, em parceria com as secretarias estaduais de Educação que reconhecem os conteúdos curriculares.