Érica Sato
Da Agência Brasil
São Paulo – A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) informou que a greve dos bancários paralisou hoje (6) 225 das 5.600 agências que existem no estado de São Paulo . Em todo o país, foram 761 agências paralisadas entre as 17.400 (4,4% do total) existentes. A categoria deflagrou a greve por tempo indeterminado buscando um melhor reajuste salarial. Os bancários pedem 11,77% de reajuste (inflação mais aumento real) e os bancos, na última rodada de conversações, ofereceram cerca de 4%.
O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região informou que 160 postos de trabalho permaneceram fechados e que 100 funcionaram parcialmente na capital paulista, paralisando cerca de 25% dos funcionários.
Durante o dia, a reportagem da Agência Brasil visitou agências do centro de São Paulo e encontrou fechadas apenas as de bancos federais. As agências do Banco do Brasil nas ruas 7 de Abril e Xavier de Toledo estavam fechadas para o atendimento ao público, assim como a da Caixa Econômica Federal da rua 7 de Abril.
A assessoria do BB informou que fecharam 62 agências das 3.618 que mantém no país. A Caixa afirmou em comunicado que não funcionaram 80 das 2.228 agências em todo o país. Os dois bancos não informaram o número de funcionários parados.
Segundo comunicado da assessoria de imprensa do Sindicato dos Bancários de São Paulo, no primeiro dia da greve, a polícia agiu com "truculência" contra os bancários na agência do Bradesco, na rua 15 de Novembro, "ferindo funcionários, clientes e jornalistas". Na ação, a Polícia Militar deteve o sindicalista e funcionário do banco Marcos Amaral, que foi levado ao 1º Distrito Policial da capital, no bairro da Liberdade.
O Bradesco não se pronunciou sobre o conflito, mas divulgou nota à imprensa pela internet, dizendo que é "legítimo utilizar os dispositivos legais previstos para garantir o direito dos clientes e funcionários" e repudiando "eventuais atos de provocação realizados nas portas de algumas agências que têm o objetivo único de confrontar o cumprimento da lei".
A Assessoria de Comunicação Social da Secretaria de Segurança Pública do Estado informou que os policiais militares estavam já nas proximidades da agência em razão da concentração de sindicalistas e que Marcos Amaral foi detido por tentar impedir outros bancários de entrarem na agência para trabalhar. Segundo a assessoria, Marcos Amaral irá responder por "crime contra a organização do trabalho" em liberdade e foi liberado horas depois da detenção. A assessoria informou também não houve ocorrência de reclamação de ferimentos nesse distrito policial, que seria o adequado.