Superintendente da OCB diz que cooperativismo garante inclusão econômica e social

05/10/2005 - 19h27

Rio, 5/10/2005 (Agência Brasil - ABr) - A Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) identificou o cooperativismo como uma forma de organização da sociedade, que garante o processo de inclusão econômica e social. Segundo o superintendente da OCB nacional, Marco Aurélio Fuchida, "através de um processo econômico, a cooperativa traz de volta a oportunidade para que pessoas excluídas voltem ou para o mercado de trabalho, para uma atividade, ou para uma melhor distribuição de renda, dependendo do ramo que está se criando na cooperativa".

O cooperativismo e sua contribuição para a diminuição da exclusão provocada pela globalização internacional foi o tema central do IX Seminário Internacional da Rede Universitária das Américas em Estudos Cooperativos e Associativismo (Unircoop), encerrado hoje (5) no Centro de Tecnologia da Ilha do Fundão. O evento teve o apoio da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares, da Coordenação de Programas de Pós-Graduação de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ).

Em entrevista à Agência Brasil, Fuchida destacou que a cooperativa "se traduz realmente em uma oportunidade, principalmente na situação do Brasil, em que há um problema de desemprego, dos pequenos empresários se organizarem". Segundo Fuchida, quando os pequenos empresários se organizam em uma cooperativa, têm mais chances de permanecer no mercado.

Existem no Brasil cerca de sete mil cooperativas, com 6,3 milhões de associados e 195 mil empregos diretos gerados. Do total de cooperativas existentes no país, Fuchida estimou que mais de 60% estão localizadas na área urbana e disse que a tendência é de crescimento dessa participação. Na área rural, ao contrário, o que se percebe é um aumento do número de associados aos projetos. Fuchida explicou que o fenômeno decorre da maior concentração da população nos grandes centros urbanos, onde o cooperativismo pode estar se desenvolvendo nas áreas do trabalho, produção, crédito e educação, por exemplo.

De acordo com Fuchida, as regiões que concentram maior número de cooperativas são o Sudeste, acompanhando a concentração popular, o Sul e o Nordeste. A região Norte é a que apresenta maior dificuldade de associação de pessoas, até mesmo devido aos problemas de distância e meios de acesso. "Esta é uma dificuldade geral da população, que acaba impactando nas cooperativas", argumentou.

Marco Aurélio Fuchida pretende intensificar o trabalho no Norte do país, visando desenvolver o cooperativismo. Para ele, as cooperativas podem ser uma forma de ajudar a diminuir o problema local de distribuição de renda.