Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil

Rio – O orçamento das Forças Armadas deveria ser, pelo menos, duas vezes maior do que o previsto no projeto de Lei do Orçamento da União de 2006, defendeu o almirante Julio Saboya, secretário de Política Estratégica e Assuntos Internacionais do Ministério da Defesa.

Saboya participou hoje (4), no Rio, do 5º Encontro Nacional de Estudos Estratégicos da Escola de Comando e Estado Maior do Exército. Segundo ele, a primeira versão do orçamento para o ano que vem, elaborada pelo governo federal, prevê recursos da ordem de R$ 35,1 bilhões para o Ministério da Defesa. Mas, de acordo com Saboya, o dinheiro é insuficiente para garantir um sistema de defesa adequado.

"Estamos sujeitos a um contingenciamento tão grande, há tantos anos, que para você recuperar isso agora, certamente nós precisaríamos de um substancial aporte de recursos", afirmou o almirante. "As forças armadas têm que acompanhar o crescimento do país. Na hora em que você pensa em um país grande, você precisa de forças armadas de porte médio, precisa de equipamentos e precisa de homens."

O secretário afirmou ainda que o Brasil está se destacando cada vez mais no cenário político e econômico internacional e isso faz com que ele se torne um país mais visado e as ameaças externas aumentem. "Na hora em que o Brasil começa a crescer e a despontar no cenário mundial, ele começa a despertar determinadas ambições, ciúmes e desconfianças. Começam a achar que o Brasil quer uma hegemonia mundial", afirmou o almirante. "O que se precisa são meios de defesa de tal ordem que possamos dizer que nós temos como nos defender."