Participação da juventude na população economicamente ativa caiu 4% em dez anos, aponta pesquisa

04/10/2005 - 17h39

Rio, 4/10/2005 (Agência Brasil - ABr) - A taxa de participação mundial dos jovens na população economicamente ativa caiu 4% em dez anos, no período que vai de 1993 até 2003. De acordo com o Relatório Mundial sobre a Juventude 2005, divulgado hoje (4) pela Organização das Nações Unidas (ONU), isso se deve principalmente à desistência dos jovens em ingressar no mercado de trabalho, por falta de expectativas de conseguir um emprego.

Estatísticas da Organização Internacional do Trabalho (OIT) apontam que o desemprego entre jovens aumentou de 11,7%, em 1993, para 14,4%, em 2003. Isto significa que cerca de 88 milhões de jovens estão desempregados em vários países do mundo. A região da América Latina e Caribe concentra 16,6% desse total, um percentual superior ao do Sudeste Asiático, que tem 16,4%, ao da Ásia Meridional (13,9%), ao das economias industrializadas (13,4%), e ao do Leste Asiático (7%). Os piores indicadores encontram-se na Ásia Ocidental e Norte da África, com 25,6%, seguido da África Sub-Saariana (21%), e das economias em transição (18,6%).

O relatório aponta, contudo, para um aumento no número de jovens que cursam os ensinos secundário e superior, em contraponto à redução de sua representatividade na população economicamente ativa.

Segundo a ONU, o mercado de trabalho em muitos países não tem sido capaz de absorver os jovens mais qualificados. Os motivos seriam a defasagem entre o sistema educativo e as necessidades do mercado, aliada ao grande número de jovens com idade para começar a trabalhar. Isto faz com que muitos deles caiam no mercado informal, freqüentemente em condições perigosas de trabalho e com baixa remuneração, avalia o relatório.