Logística preocupa setor industrial na discussão da redução tarifária, diz empresário

04/10/2005 - 18h48

Brasília, 4/10/2005 (Agência Brasil - ABr) - O presidente da Coalizão Empresarial, Oswaldo Douat, afirmou hoje (4) que a preocupação do setor em relação à redução de tarifas para a entrada de produtos industrializados, tema da próxima reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC), é justificada pelo fato de o Brasil estar em desvantagem em relação a outros países, em temas como logística.

Juntamente com representantes de 39 setores da indústria, Douat reuniu-se com o secretário-executivo da Câmara de Comércio Exterior (Camex), Mário Mugnaini, para saber quais as proposições a serem apresentadas pelo governo brasileiro durante o encontro previsto para dezembro, em Hong Kong.

"Temos que levar em consideração que estamos vivemos num ambiente de infra-estrutura logística desvantajosa para nós em relação a outro país. Se eu tivesse hoje a garantia de que daqui a dois ou três anos a infra-estrutura logistica seria igual à dos países mais desenvolvidos, certamente poderia, em termos de indústria, ousar muito mais", comentou.

Douat apontou a preocupação com relação a setores considerados mais sensíveis em termos de competitivida, como o têxtil e o de eletroeletrônicos. Disse que não se trata de impedir que o Brasil abra o seu mercado aos países industrializados. "Temos uma negociação com a OMC que
envolve a agricultura e a indústria, e somos um país que tem que discutir o conjunto. Queremos um resultado equilibrado. Queremos que tudo o que estivermos dispostos a dar tenha uma contrapartida que seja considerada razoável para o país", ressaltou.

Sobre a fórmula de redução tarifária a ser levada a Hong Kong, Douat preferiu não entrar em detalhes. De maneira genérica, disse apenas que o país precisa de um prazo longo para a redução e que ela não seja drástica.