Brasília, 4/10/2005 (Agência Brasil - ABr) - O depoimento do deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Bingos, sobre o assassinato do prefeito de Santo André (SP), Celso Daniel, durou pouco mais de cinco horas. Segundo o deputado, o prefeito não sofreu torturas e este é um dos motivos que o levam a crer que o crime não tem vertentes políticas. "Tenho medo de ser esculhambado na rua, porque todo mundo que diz que esse não foi um crime político está esculhambado no Brasil", sintetizou.
Greenhalgh confirmou uma informação do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), de que um pastor evangélico possui uma fita de vídeo do momento do seqüestro de Celso Daniel, em 2002. "O pastor estava filmando uma festa de aniversário quando ouviu barulhos na rua. Ele apontou a câmera para os ruídos e captou a imagem do local onde Daniel foi seqüestrado. Essa fita poderia solucionar várias questões", disse o senador.
O relator da comissão, senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), afirmou que cabe à Polícia Federal encontrar a fita e o pastor. "Quando a Polícia Federal quer, ela age com muita eficiência. Essa fita poderá ser importante", afirmou, acrescentando que persiste a dúvida sobre a motivação do crime. "Há sempre um dilema: se o assassinato foi um crime a mando ou foi um crime político", disse.
Os delegados Armando de Oliveira Costa e José Mazi, da Polícia Civil de São Paulo e responsáveis pela investigação, afirmaram à CPI, em setembro, que não têm dúvidas de que o assassinato de Celso Daniel foi um crime comum, e não praticado sob encomenda.