Queda em ranking internacional não reflete momento da economia brasileira, diz Mantega

28/09/2005 - 16h12

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio - O Brasil caiu oito posições no ranking de competitividade mundial, de acordo com relatório divulgado hoje (28) no Fórum Econômico Mundial, em Genebra, na Suíça. O país passou da 57ª para a 65ª classificação. O dado, porém, não parece contraditório em relação ao novo ciclo virtuoso de desenvolvimento que ocorre no país, segundo manifestou hoje na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Guido Mantega.

Mantega esclarece que os dados da pesquisa, em geral, são defasados "e não estão captando o fenômeno recente que está acontecendo no Brasil". Segundo Mantega, o país experimenta pela primeira vez em sua história a combinação de crescimento econômico com geração de empregos. Esse novo ciclo de desenvolvimento começou a ocorrer a partir de 2004, uma vez que 2003 foi um ano de ajustes, e deverá se estender daqui em diante, explicou.

Ele frisou que as estatísticas externas, como a do Fórum Econômico Mundial, vão aparecer mais adiante. Garantiu, por outro lado, já ter estatísticas para mostrar que fatores como emprego e infra-estrutura estão crescendo.

O presidente do BNDES disse que "a média de crescimento da economia superou a do período anterior, da década passada. Os níveis de crescimento da produtividade da indústria são inéditos (10% em dois anos). Compare com qualquer outro país. Eu quero ver qual é o país que cresceu isso. Talvez, quem sabe, a China? Não sei. E com crescimento do emprego num patamar inédito. Olhe para a indústria do Rio de Janeiro e veja o que está acontecendo", sugeriu.

Mantega manifestou confiança de que essa tendência positiva tende a se acelerar e a se aprofundar, devido aos projetos estruturantes que serão postos em prática e que darão maior dinamismo à atual situação. "Estamos passando de um patamar inicial para um patamar de amadurecimento desta tendência", afirmou.

Os projetos estruturantes dos setores siderúrgico, petroquímico e hidrelétrico serão implantados a partir de agora, informou Mantega. O leilão de oferta de energia nova, por exemplo, vai implicar na construção de novas usinas hidrelétricas e linhas de transmissão, citou Mantega, referindo-se também ao anúncio que será feito em breve de ampliação do parque petroquímico, além de projetos nas áreas de celulose e de outros setores da indústria tradicional.