Polícia Federal prende secretários de governo da cidade de Cotia (SP)

28/09/2005 - 18h30

Melina Fernandes
Da Agência Brasil

São Paulo - O secretário municipal de Finanças da cidade de Cotia, Edson Gomes de Assis, e o ex-secretário municipal de Governo, Erick Lassi Pedroso, foram presos em flagrante hoje (28) na Operação Raposa, realizada por mais de 80 agentes da Superintendência da Polícia Federal em São Paulo. Na casa de Assis foram encontrados US$ 113 mil e R$ 50 mil, e na de Pedroso, outros US$ 17 mil, sem declaração da origem desse dinheiro.

A operação foi conduzida pelo delegado Carlos Eduardo Pellegrini, da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros, e deflagrada após suspeitas de desvio de verbas públicas federais para as áreas de saúde e educação.

Os detidos são acusados pelos crimes de peculato, inserção de termos falsos em sistema oficial, falsidade ideológica, malversação de verbas públicas, organização criminosa e formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Se condenados, estão sujeitos a penas de até 12 anos de prisão.

Segundo Pellegrini, já foi identificado desvio de cerca de R$ 30 mil, por intermédio da empresa Procotia, que prestava serviços à Prefeitura desde 1980. A empresa está fechada desde abril, após penhora solicitada pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). A ProCotia era presidida por Joaquim Pereira da Silva, conhecido como Brechó, e que teria sido indicado para o cargo pelo atual prefeito da cidade, Joaquim Pedroso (PSDB). Os dois também estão sendo investigados, de acordo com o delegado.

Pellegrini informa que a maioria dos funcionários da ProCotia era fantasma e os poucos que de fato trabalhavam recebiam salários de até R$ 22 mil. A suspeita é de que o dinheiro utilizado para o pagamento de salários superfaturados, ou desses funcionários fantasmas, retornava aos dirigentes da empresa, era convertido em dólares e remetido ao exterior.

O delegado disse ainda que a denúncia chegou ao conhecimento da Polícia Federal há cerca de oito meses, quando recebeu uma lista das declarações desses salários entregue ao INSS. Os crimes foram cometidos entre os anos de 2000 e 2004.