PF investiga se substância cancerígena roubada de novo prédio do Into foi para mercado negro

28/09/2005 - 18h08

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil

Rio - A Polícia Federal trabalha com a hipótese de que o ascarel retirado do prédio que vai receber a sede do Instituto Nacional de Tráumato-Ortopedia (Into), no Rio de Janeiro, tenha sido comercializado no mercado negro. A substância, utilizada como isolante em geradores e transformadores de energia, é altamente cancerígena. O roubo de 9 mil litros de ascarel foi constatado ontem (27), durante uma vistoria realizada pela Comissão de Meio Ambiente da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), em conjunto com a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Segundo o delegado Deuler da Rocha, que comanda as investigações, o desvio do material para a venda clandestina é "evidente". "Chegamos a essa conclusão porque há uma lei federal de 1981 que proíbe a comercialização do ascarel, mas permite o uso da substância por empresas que tenham equipamentos que a utilizem, durante a sua vida útil, que é de cerca de 40 anos", disse o delegado. Deuler contou ainda que há demanda pelo produto e é muito provável que tenha se estabelecido um mercado negro para abastecer essa procura, em função "da brecha que a própria lei criou".

Segundo a assessoria do Into, a Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (FEEMA) deve encaminhar ao Instituto, ainda esta semana, as orientações para destruir os restos de ascarel que ainda se encontram no prédio da zona portuária do Rio.