Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio – O Brasil caiu da 57ª para a 65ª posição no ranking de competitividade do Fórum Econômico Mundial (FEM). O relatório anual de competitividade do FEM foi divulgado hoje em Genebra, na Suíça.
O resultado já era esperado, "porque a economia brasileira está andando para trás", avalia o economista da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Reinaldo Gonçalves. Enquanto o crescimento médio projetado para a economia mundial é de 4,3% no período compreendido entre 2003 a 2006, Reinaldo Gonçalves diz que o Brasil vai crescer 3%.
Segundo o economista, esse crescimento fica abaixo também da expansão de 6,6% prevista para o mesmo período para a economia dos países desenvolvidos e dos 4% estimados para a economia dos países da América Latina. Isso leva o especialista a afirmar que "o Brasil está ficando mais subdesenvolvido".
A questão da degradação institucional, apontada no relatório do FEM, é um indicador importante, avalia Gonçalves. Ele afirma que "desenvolvimento significa criar instituições, e os exemplos do passado recente têm mostrado um grau de corrupção e de degradação institucional no país. Esse processo já vem de algum tempo e continua agora".
O economista lembra que a pesquisa tem um indicador sobre a questão tecnológica, que aponta que, ao longo dos anos, o sistema nacional de inovação também está andando para trás no Brasil. Em 2003, o país ocupava a 29ª posição no indicador de robustez do sistema nacional de inovação, caindo para 39ª classificação no ano passado e, em 2005, para o 46º lugar. "Você observa que todos os indicadores que você usa dos pontos de vista produtivo, econômico, institucional e tecnológico mostram o Brasil em 2003, 2004 e 2005 descendo a ladeira", analisou Gonçalves.
O ranking de competitividade do FEM é liderado pela Finlândia, seguida dos Estados Unidos e Suécia. A melhor classificação entre os países da América Latina é apresentada pelo Chile (23ª posição), que, segundo os analistas da entidade internacional, já possui instituições públicas compatíveis com as da Europa.