Leilão de energia faz parte de novo modelo elétrico, diz Tolmasquim

28/09/2005 - 19h02

Cristina Índio do Brasil
Repórter da Agência Brasil

Rio – O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim disse, em entrevista à Agência Brasil, que o novo modelo do setor elétrico foi criado para regular a comercialização de energia e garantir a expansão do setor com tarifas módicas para o consumidor. A EPE é uma empresa pública, criada no novo modelo do setor elétrico. Ela é responsável pelos estudos que ajudam o ministério de Minas e Energia adefinir o planejamento do setor.

Foram negociados hoje (28), na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, 271 contratos do mercado livre de energia de curto prazo para todas as regiões do país. As negociações somaram R$ 3,4 milhões. De acordo com informações da Bolsa de Mercadorias e Futuros da Bolsa do Rio, o maior volume negociado se destinou às regiões Sudeste e Centro-Oeste.

Outra vantagem deste tipo de leilão, na avaliação do presidente da EPE é o fato da redução gradativa do subsídio que era aplicado na compra de energia direta de distribuidoras por parte das grandes empresas. "Os consumidores residenciais subsidiavam o consumidor industrial, ele preferia estar ligado à distribuidora porque tinha o subsídio na tarifa e esse subsídio está diminuindo ano a ano, então, passa a não ser tão vantagem estar ligado à distribuidora e ele prefere sair para o ambiente livre",explicou.

Tolmasquim concorda com a expectativa do setor de que com a consolidação do fechamento de contratos na Bolsa de Valores, o mercado livre pode se expandir. Ele informou que desde de março do ano passado, quando foi criado o novo modelo o mercado livre tem apresentado crescimento "Acho que tem espaço para crescer sim. Nesse período o mercado livre cresceu sete vezes. Os negócios com energia têm perspectivas muito grandes de crescer", analisou.

Após o início do primeiro leilão de mercado livre na Bolsa do Rio, o presidente da Abraceel, Paulo Cezar Coelho Tavares, estimou que esse mercado alcançaria uma comercialização equivalente a R$ 1 bilhão. Os leilões na Bolsa do Rio vão acontecer uma vez por mês, mas o vice-presidente da Abraceel acredita que conforme for aumentando a adesão de empresas será necessário realizar dois pregões por mês.

Embora is leilões estejam ocorrendo para a venda de energia a ser utilizada no prazo de um mês, no mercado livre as empresas podem comprar energia pelo prazo de até seis meses. Segundo Francisco Lavor, atualmente, existem 500 consumidores no mercado livre brasileiro, a maior parte nas regiões sudeste/centro-oeste, onde se concentra grande número de empresas de maior porte do país.