Funcionários do Banco Central decidem se greve terá tempo indeterminado a partir de hoje

28/09/2005 - 10h11

Daisy Nascimento
Repórter da Agência Brasil

Rio - Os funcionários do Banco Central (BC) no Rio de Janeiro, em greve há uma semana, decidem se o movimento terá tempo indeterminado a partir de hoje. A proposta será debatida em assembléia, marcada para as 13 horas, em frente à sede do banco, no centro da cidade. Em reunião realizada ontem (27) em Brasília, o governo propôs reajuste salarial médio entre 4% e 5%. Os funcionários querem pelo menos a reposição de 15% referentes às perdas com a inflação durante o governo Luiz Inácio Lula da Silva.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Funcionários do BC no Rio, Sérgio Belsito, a falta de um acordo com o governo gerou o impasse. Os serviços essenciais, como assistência médica e dentária, foram mantidos, mas o movimento da mesa de operação de câmbio e operações financeiras está sendo reduzido e deve parar totalmente, caso a greve seja mantida.

Belsito disse também que o Meio Circulante, setor responsável pela distribuição de dinheiro para os outros bancos, está parado e algumas agências do interior do estado começam a ter problemas de abastecimento. Ele acrescentou que o mesmo pode acontecer nas agências bancárias e caixas eletrônicos da capital, a partir da próxima semana.

A assessoria do BC em Brasília informou que não há, até o momento, registro de falta de dinheiro nos bancos e nos caixas eletrônicas por causa da greve. Segundo a assessoria, o Meio Circulante do BC distribui dinheiro em dez capitais e, no caso de greve, além de diminuir a demanda por papel, o abastecimento é feito com dinheiro de uma reserva de contingência do Banco do Brasil, que é distribuída por um serviço terceirizado. O Banco Central só deve ter uma avaliação da situação no fim da tarde.

Além dos funcionários do BC, os do Banco do Brasil e da Caixa Econômica, no Rio, aderiram à paralisação nacional de 24 horas. Todas as agências dos dois bancos no centro da cidade estão fechadas. Os funcionários do BB fazem assembléia às 17 horas para avaliar a adesão ao movimento e decidir se mantêm a greve por tempo indeterminado.