"É preciso reinventar os meios públicos de comunicação", diz diretor argentino

28/09/2005 - 1h34

Alessandra Bastos
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Usar os meios de comunicação como ferramenta para a integração cultural da América do Sul é o desafio discutido esta semana, em Brasília, no Seminário Televisão e Integração Sul-Americana. As televisões públicas de toda a América do Sul querem criar um sistema de trocas de programas e conteúdos jornalísticos que facilite a integração.

Os especialistas apontaram as dificuldades apresentadas hoje para a comunicação pública em vista das características das mídias em cada país sul-americano. "Os meios de comunicação atravessam uma dualidade. De um lado, uma enorme concentração dos poderes econômicos que formam oligopólios e de outro, uma enorme segmentação dos conteúdos", disse o diretor de conteúdo do Canal 7 – a TV estatal da Argentina, Gustavo Souto.

Para o diretor argentino, "é preciso reinventar os meios públicos de comunicação porque não se pode pensar em competir com as grandes cadeias internacionais, nem falar somente para um segmento da população. A televisão pública tem que pensar na universalidade do conteúdo".

A mesma avaliação foi feita por um dos integrantes do Comitê Gestor da TV Brasil - Canal Integración, Delorgel Kaiser. "A idéia da TV Brasil surge quando se diagnostica a falta de um sistema de informações na América do Sul. Hoje não temos, por exemplo, um noticiário especializado em América do Sul [dentro do Brasil]", explicou.

De acordo com Kaiser, o objetivo da TV Brasil - Canal Integración, parceria entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, é estimular a produção latino-americana e funcionar como uma janela para essa produção. "Buscamos uma integração audiovisual do continente. Temos uma produção muito rica, mas são conteúdos que hoje não circulam nos países da América do Sul".