Só falta mudar índice de produtividade da terra para cumprir acordo com MST, diz Rossetto

27/09/2005 - 11h54

Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, diz que entre os acordos estabelecidos na Marcha Nacional pela Reforma Agrária, em maio deste ano, o único ponto ainda não solucionado é a alteração dos índices de produtividade, que são os mesmos desde 1975, e determinam qual deve ser a produção mínima pelo agricultor para que a terra seja considerada produtiva.

Rossetto afirma que os índices não acompanharam o desenvolvimento da produtividade agropecuária verificado nas últimas décadas no país e precisam ser alterados. "Com isso, premiamos quem não trabalha. Nós queremos homenagear todos aqueles que trabalham, e que são a grande maioria, mas não é possível continuarmos trabalhando com indicadores tão defasados".

Segundo ele, a Casa Civil está com a proposta de revisão dos índices de produtividade. "Minha expectativa é que esse tema possa ser resolvido em curto prazo. Todos os outros temas já foram encaminhados, já há definição e estão em operação", disse.

O ministério apresentou os índices atualizados em abril deste ano, entretanto, para serem colocados em prática, as alterações precisam da aprovação do Ministério da Agricultura.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) reivindica a revisão dos índices de produtividade das terras e também a liberação de recursos para o Instituto Nacional de Colonização Reforma Agrária (Incra) e o Ministério do Desenvolvimento Agrário realizarem a reforma agrária.

O MST ocupa desde ontem (26) sedes do Incra em diversos estados e reivindica outros quatro acordos estabelecidos com governo federal: assentamento de 400 mil famílias até o ano que vem, concessão de linha de crédito especial para os assentados, distribuição de recursos para as agroindústrias e de cestas básicas mensais para os acampados.