Porto Alegre, 27/9/2005 (Agência Brasil - ABr) - Cerca de 330 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), desocuparam hoje (27) à tarde a fazenda Santa Rita, em Santana do Livramento, na fronteira com o Uruguai, invadida desde ontem (26).

O proprietário da área, Hildomar Rosch, possuía desde o dia 5 de agosto, um interdito proibitório – medida judicial que proibia antecipadamente a invasão da fazenda. O documento é assinado pelo juiz Sérgio Spadone, com autorização para o uso da força na desocupação e estabelecimento de multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento.

Comunicados pelo comandante do policiamento no município, coronel Lauro Birnfeld, que aguardava a determinação judicial com 200 policias próximo à fazenda, os agricultores decidiram em assembléia desocupar a propriedade e voltar para o acampamento Coqueiros, também em Livramento, de onde haviam sido.

A fazenda Bom Sossego, em Palmeira das Missões, também invadida ontem, será desocupada até as 18h de quinta-feira (29). O acordo foi feito durante audiência que terminou ao final da tarde de hoje, no Fórum da cidade, entre os arrendatários da área e representantes dos sem-terra. Ficou acertado que a juíza Lia Brandão solicitará ao Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) informações sobre a situação legal da fazenda. Os invasores também foram alertados de que o MST será responsabilizado em caso de dano na propriedade.

Já a área ocupada no município de Nova Hartz, pertencente ao Departamento Autônomo de Estradas e Rodagem (Daer) do Rio Grande do Sul, recebeu hoje mais um contingente de integrantes do MST e de desempregados. O Daer concedeu um prazo de 10 dias para a desocupação da área de 35 hectares.