Lupi Martins
Repórter da Agência Brasil
Porto Alegre - O excesso de umidade das últimas semanas no Rio Grande do Sul está atrasando a preparação para o plantio das lavouras de arroz. Segundo a Associação Riograndense de Empreendimentos, Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS) as condições climáticas também estão afetando o plantio do feijão, milho, soja, trigo e hortigranjeiros além das criações.
A continuidade de chuvas constantes pode trazer prejuízos na qualidade da lavoura do trigo, que se encontra nas fases críticas de floração e enchimento de grãos. "A umidade aumenta a incidência de doenças fúngicas, resultando na diminuição da produtividade (rendimento por área)", alerta o técnico da Emater, Gianfranco Bratta. Segundo ele, a produtividade atual, de 1.854 quilos por hectare está dentro da esperada, projetando uma produção de 2 milhões de toneladas.
A Emater estima que 41% da área de feijão já estão cultivadas no estado, o que mantém a atual safra na média dos últimos cinco anos. O plantio de milho avança sobre 40% das lavouras e 35% já estão germinado. Os números levam a safra gaúcha seis pontos percentuais à frente da média verificada nos últimos anos.
As primeiras lavouras de soja deverão ser plantadas assim que a temperatura se elevar e o tempo se mostrar mais favorável para as atividades de campo. A previsão é de que os produtores adiantem o plantio de soja, assim como ocorreu com o milho, para evitar eventuais problemas com estiagem, muito comuns no período de dezembro a fevereiro.
O excesso de umidade também retarda o desenvolvimento geral dos hortigranjeiros, diminuindo sua resistência às pragas e às enfermidades, além de contribuir para alterar o cronograma de plantio e de desenvolvimento das culturas. A chuva em excesso prejudica a fruticultura, que apresenta desuniformidade na floração, e o trabalho das abelhas nos pomares, podendo levar à quebra de mais de 50% da safra.