Spensy Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), de 50 anos, cumpre atualmente seu quarto mandato seguido na Câmara Federal. Ele se filiou este ano ao Partido Progressista (PP), depois de ter passado por outras seis legendas – foram três apenas na atual legislatura.
Antes de ingressar na política, fez carreira como oficial do Exército e, há vários anos, dedica-se a defender causas ligadas aos militares, como os reajustes salariais. Em seu currículo na página da Internet da Câmara, consta que ele foi "preso disciplinarmente em 1986, por 15 dias, após ter declarado à imprensa a baixa remuneração dos militares" e também que foi "acusado em 1987, pelo Ministro do Exército, Leônidas Pires Gonçalves, de indignidade para o oficialato, sendo absolvido, em 1988, pelo Superior Tribunal Militar (STM)".
Entre as propostas que fez na atual legislatura, estão um requerimento pela realização de uma sessão solene da Câmara "em homenagem aos militares que morreram na luta contra os guerrilheiros do Araguaia" e a solicitação do registro de um voto de louvor ao presidente da Indonésia, Susilo Bambang Yudhoyono, "em razão da condenação à pena de morte determinada pela Justiça de seu país, para o traficante de drogas brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira".
Também propôs que a sala de imprensa da Câmara passe a se chamar "Jornalista Roberto Marinho", opôs-se formalmente ao projeto que institui o "Dia Nacional do Orgulho Gay e da Consciência Homossexual" e é relator de projeto que estabelece a inclusão do estudo de direitos humanos na formação policial.
"O baixo clero não pode ser apenas massa de manobra, participando apenas das votações. Nós sabemos que o que vale não são as propostas, nem a simpatia pelo deputado, mas os interesses", afirmou Bolsonaro na última sexta-feira, em seu mais recente discurso registrado na página da Câmara na internet. "Assim como as grandes nações têm seus interesses, não têm amizade, aqui também impera essa regra. O que está em jogo não é tanto a Presidência da Casa, mas as eleições do próximo ano. Mas esperamos que vença um bom nome. Não é difícil, embora os interesses atrapalhem".
Bolsonaro lançou-se como candidato avulso na disputa pela Presidência da Câmara e não tem apoio declarado de nenhuma bancada.