Incra pretende liberar até outubro área da Usina Aliança em Pernambuco

26/09/2005 - 11h10

Márcia Wonghon
Repórter da Agência Brasil

Recife - O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) deverá liberar, até o final de outubro, o decreto de imissão de posse de uma área de 4,5 mil hectares da Usina Aliança, na zona da Mata Norte de Pernambuco. A informação foi dada hoje pela assessoria de comunicação social do Incra em Pernambuco. No local, vivem acampadas desde 1998, cerca de 900 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da Comissão Pastoral da Terra (CPT).

Nesse domingo (25), 300 trabalhadores rurais ligados ao MST atearam fogo na casa grande e em um armazém da usina, para protestar contra a demora na transformação da área em um assentamento de reforma agrária. De acordo com o coordenador estadual do movimento, Jaime Amorim, o ato foi simbólico, no sentido de chamar a atenção da superintendência estadual do Incra, uma vez que seis engenhos do imóvel, desapropriados pelo governo federal desde maio do ano passado, continuam abandonados. "Os trabalhadores estão enfrentando situações de fome e de violência, sem poder usar a terra para produzir", afirmou. Ele disse que a procuradoria do Incra precisa modificar o texto do decreto que saiu publicado com erros, no que se refere às áreas declaradas improdutivas pela justiça do trabalho.

Localizada numa área de sete mil hectares, no município de Aliança e formada por 22 engenhos, a Usina Aliança faliu em 1997, por causa do acúmulo de uma dívida de R$ 253 milhões com Bancos, Previdência Social, impostos estaduais e trabalhadores rurais.