Carolina Gonçalves
Enviada especial
Washington (EUA) - Um grupo de empresários brasileiros chegou ontem (25) a Trinidad e Tobago para, durante dois dias, negociar parcerias e ampliar trocas comerciais nos setores alimentício, sucro-alcooleiro e da construção civil. A aproximação dos negócios foi promovida pelo Itamaraty que identificou o potencial comprador daquele país, que recebe todos os anos US$ 1 bilhão em investimentos.
Para o representante de uma indústria de alimentos, Luciano Gonzaga Filho, o baixo desempenho da agricultura na economia do país (2%) pode dar espaço à importação de produtos brasileiros com valor agregado. Segundo ele, a empresa paulista vai apresentar aos empresários caribenhos produtos animais e vegetais em conserva. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), Trinidad e Tobago importa US$ 200 milhões por ano em derivados de leite e, atualmente, a indústria brasileira responde por US$ 6 milhões desse total.
Para o embaixador do Brasil naquele país, Luiz Fernando de Athayde, o momento é adequado para as conversas entre os dois países também no setor energético. O embaixador diz que Trinidad e Tobago pode ser uma alternativa de fonte mais barata de gás liquefeito para o Brasil, dividindo o mercado com a Bolívia. O país caribenho também tem interesse na troca de experiências sobre produção e uso do etanol.
Segundo Athayde, o diálogo entre as empresas ganhou impulso após a primeira viagem oficial de um chanceler brasileiro a Trinidad e Tobago, quando o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, visitou o país em janeiro. "Com a alta do petróleo, Trinidad e Tobago está com dinheiro em caixa. Esse é um ótimo momento para o Brasil tentar negociar e apresentar suas vantagens", diz.