País tem quase 100% do rebanho suíno livre da aftosa, mas barreiras continuam, diz ministério

25/09/2005 - 9h05

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio – O coordenador de Combate às Doenças do Ministério da Agricultura, Jamil Gomes de Souza, avalia que as restrições impostas à exportação de carne suína persistem apesar de o Brasil ter a quase totalidade do rebanho suíno em zonas livres da febre aftosa. "Mesmo assim, ainda colocam como restrição o sistema de defesa sanitária relacionado à aftosa", afirma.

Para ele, Ásia, Europa e Estados Unidos – também grandes produtores e exportadores do produto – impõem as barreiras por causa da concorrência. "É uma desculpa porque as regiões produtoras têm todas acima de cinco anos do último foco de ocorrência da doença. Mas esses países ainda exigem que esses suínos têm que ser procedentes de áreas que não vacinam".

Segundo ele, o Brasil tem desenvolvido sistemas de controle, aliado às negociações, para que as barreiras sejam retiradas. Jamil Souza afirma, no entanto, que há recursos limitados para repassar aos estados. "Sempre faltam recursos para aplicação nos serviços de defesa animal". Este ano, ele diz que o orçamento destinado ao controle da aftosa teve 70% dos recursos contingenciados.

Já o diretor do Departamento de Inspeção do ministério, Nelmo Oliveira da Costa, diz que a área está preparada para atender as exigências dos mercados consumidores. "Na hora em que liberar o país para exportar carne ou derivados de suínos para a União Européia, por exemplo, os frigoríficos têm condições de se ajustar rapidamente para atender a legislação".

Dados divulgados pela Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs) indicam que as exportações brasileiras de carne suína totalizaram entre janeiro e agosto deste ano 417,2 mil toneladas, com aumento de 26,62% sobre igual período do ano passado. A meta do setor é exportar, em 2005, 600 mil toneladas, gerando receita de US$ 1 bilhão.