Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O coordenador do Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde, Roberto Schilindwein, afirma que a lista de espera por uma doação de córnea poderá ser diminuída e até ser zerada num período de um a dois anos se o processo de doação for eficiente. As 25 mil pessoas que aguardam uma doação de córnea correspondem a mais de um terço das 63 mil à espera de um transplante no país.
Entretanto, em entrevista à Voz do Brasil, Schilindwein destacou o transplante de córnea como o mais simples e rápido de ser feito. Segundo o coordenador, a córnea pode ser doada até seis horas após o óbito do doador. "Há tempo suficiente para os familiares pensarem a respeito do assunto e oferecerem essa doação. Nós teremos assim atendido dois pacientes que aguardam o transplante", disse.
Após ser examinada num banco de olhos, qualificada e disponibilizada para a lista única, a córnea pode ficar guardada esperando o transplante durante 12 a 14 dias, explicou Roberto Schilindwein – "Então, é um transplante bem mais possível de ser realizado do que os órgãos que, por exemplo, podem ficar muito pouco tempo fora do corpo do doador e do receptor fazendo com que o processo tenha de ser muito mais ágil".
O governo federal investe cerca de R$ 400 milhões por ano no Programa Nacional de Transplantes e o Brasil é o país que mais realiza transplantes no setor de saúde pública no mundo. Dados da Aliança Brasileira pela Doação de Órgãos e Tecidos (Adote) mostram o número de pessoas que aguardam na lista de espera para uma doação: rins, 29.389; córneas, 25.483; fígado, 6.887; pâncreas/rim, 278; coração, 302; pâncreas, 166; e pulmão, 110.