Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O depoimento do ex-chefe do Departamento de Contratação e Administração de Material dos Correios Maurício Marinho está marcado para a próxima quarta-feira (28). Marinho foi o primeiro a depor na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios em junho. Na ocasião, apresentou uma lista de contratos da estatal que poderiam ter irregularidades. A divulgação de um vídeo onde o ex-funcionário recebe R$ 3 mil e fala sobre um esquema de corrupção nos Correios provocou o pedido de abertura da CPMI.
Após depor na CPMI, Marinho foi ao Ministério Público e deu novas declarações para tentar ser beneficiado com a delação premiada - redução da pena em troca da divulgação de informações. Na época, reportagem publicada na imprensa afirmava que, em seu depoimento, Marinho teria dito que o ex-deputado Roberto Jefferson seria o responsável pelo esquema de corrupção nos Correios e em outras estatais. Advogados de Marinho, no entanto, protocolaram ação pedindo a investigação do vazamento de informações.
Antes de ouvir Marinho, ainda na quarta-feira os parlamentares vão votar requerimentos, entre eles a quebra de sigilo de corretoras que atuaram com os fundos de pensão.
Na próxima terça-feira (27), os sub-relatores da CPI ouvirão depoimentos. Na de contratos, serão ouvidos representantes da Beta Brazilian Express Transportes Aéreos Ltda, que tem contrato com os Correios. Na sub-relatoria de movimentações financeiras serão ouvidos, também na terça-feira, Rogério Tolentino, sócio do empresário Marcos Valério de Souza e o procurador Glênio Guedes, que teria recebido dinheiro de Valério.
Já a CPI Mista da Compra de Votos ouve, também na terça-feira (27), o presidente do Citibank no Brasil, Gustavo Marin, e o procurador geral do Citigroup, Sérgio Spinelli Júnior. No dia seguinte, a previsão é ouvir dois sacadores das contas de Marcos Valério: o ex-presidente da Casa da Moeda Manoel Severino e o ex-chefe do gabinete de Anderson Adauto José Luiz Alves.