Brasília, 21/9/2005 (Agência Brasil - ABr) - Cerca de 150 deficientes físicos e ativistas da causa, entre pais, profissionais e amigos de pessoas com deficiência, fizeram uma caminhada hoje (21), do Ministério da Saúde ao Congresso Nacional. A manifestação, denominada Pela Igualdade de Oportunidades e Respeito às Diferenças, marcou o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, comemorado hoje.
Logo depois os manifestantes se reuniram na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, onde participaram do seminário Cidadania da Pessoa com Deficiência. Neste encontro, o presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência (Conade), Adilson Ventura, disse que atualmente cerca de 25 milhões de brasileiros convivem com algum tipo de deficiência e lutam para ser reconhecidos como cidadãos plenos. "Temos capacidade, precisamos apenas de oportunidade. O indivíduo deficiente que consegue se educar e consegue um trabalho poderá, no futuro, ser um contribuinte ao invés de ser mais um peso para a sociedade", afirmou.
Ventura entregou ao deputado Eduardo Barbosa (PSDB-MG) a Carta Aberta do Conade ao presidente Lula, com quatro reivindicações principais: apoio efetivo para assegurar recursos a fim de criar condições de inclusão; recursos para a realização da 1ª Conferência Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência, programada para maio de 2006; estrutura para o Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência; e transformação da Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (Corde) em secretaria.
O subsecretário de Direitos Humanos da Secretaria-Geral da Presidência da República, Mário Mamede, disse que é preciso "estimular as organizações nos municípios e irradiar modelos de legislação para apoiar os pequenos municípios, que muitas vezes têm dificuldades para conseguir informação".
Já a deputada Iriny Lopes (PT-ES) voltou a criticar o rebaixamento da Secretaria Especial de Direitos Humanos, antes com status de ministério, à condição de subsecretaria. "Vimos essa redução com bastante desagrado, tristeza e indignação. Foi injusto e injustificável, já que o Estado brasileiro é marcadamente violador dos direitos humanos", criticou.
Ela é relatora da Medida Provisória 259, ainda não votada, que pede a volta da Secretaria à condição de ministério. E informou que o relatório a ser apresentado no plenário está praticamente concluído. "Mais fácil será a aprovação da MP se o governo tiver sensibilidade para entender a questão", acrescentou.