Fiesp defende ampliação de Conselho Monetário, Firjan discorda

21/09/2005 - 19h29

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio – Os presidentes das principais entidades representativas da indústria nacional, Paulo Skaf, da Federação das Indústrias de São Paulo(Fiesp), e Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), divergiram quanto à reforma do Conselho Monetário Nacional (CMN). Hoje restrito a três membros (Ministros da Fazenda, Planejamento e Banco Central), o CMN pode ser ampliado, segundo proposta do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social.

Enquanto o industrial paulista defende a entrada de novos membros no Conselho, inclusive do setor privado, Vieira se mostra contrário à proposta de ampliação do órgão fora do âmbito governamental. A possibilidade foi abordada durante encontro na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social pelo Presidente da Fiesp, Paulo Skaf, com base em proposta do próprio Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República, no qual Eduardo Eugênio foi voto vencido.

Skaf analisou que o órgão, ao qual compete traçar as metas inflacionárias, a revisão trimestral da Taxa de Juros de Longo Prazo praticada pelo BNDES em seus financiamentos, entre outras questões, poderia ganhar a participação de outros ministros, das áreas do Trabalho e Desenvolvimento, por exemplo, além de representantes da sociedade e especialistas escolhidos pelo Presidente da República. Ele ressaltou, porém, que a maioria no CMN ficaria com o governo. O Presidente da Fiesp lembrou que quando foi criado, em 1964, o Conselho contava com nove membros.

O Presidente da Firjan, por sua vez, considerou que a inclusão de representantes dos setores produtivos criaria um conflito de interesses dentro do CMN, uma vez que os empresários perseguem "o lucro e o governo o bem estar da sociedade como um todo".

Na avaliação do presidente do BNDES, Guido Mantega, a ampliação do Conselho é complexa. Admitiu, entretanto, que poderia haver um aumento do atual número de participantes, "com a presença de membros do próprio governo". Segundo destacou, o CMN é um órgão técnico que tem que estabelecer os parâmetros para a política monetária. Suas decisões são técnicas, sublinhou.