Falta crédito para micro e pequenas empresas, critica presidente da Fiesp

21/09/2005 - 18h59

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio – O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, disse que a entidade está preocupada com a falta de crédito direcionado para as micro, pequenas e médias empresas. A afirmação foi feita hoje (21) após almoço com a diretoria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio de Janeiro.

A opinião foi endossada pelos demais presidentes das Federações de Indústrias do Rio de Janeiro, Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira; Minas Gerais, Robson Braga de Andrade, e Rio Grande do Sul, Paulo Gilberto Fernandes Tigre, presentes à reunião.

Na qualidade também de presidente do Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa de São Paulo (Sebrae/SP), Skaf frisou que 99% das empresas brasileiras são MPEs e que estas respondem por cerca de 60% dos empregos criados no país. "Então, é bastante importante o estímulo, o crédito, para a micro e pequena empresa", afirmou.

Paulo Skaf criticou ainda o elevado custo dos financiamentos concedidos pelo banco, cuja taxa de juros de longo prazo (TJLP), considera muito alta, da ordem de 9,75% ao ano. O Presidente da Fiesp concordou que a definição da taxa não é competência do BNDES, mas sim do Conselho Monetário Nacional, cuja ampliação defendeu, conforme sugestão do Conselho Econômico e Social da Presidência da República.

Durante o encontro, o representante da Fiesp criticou o atual patamar de juros praticado no Brasil. "Não há necessidade de termos uma taxa Selic do jeito que está, sangrando o caixa do próprio governo que este ano vai pagar R$ 150 bilhões de juros, o que é um absurdo, quando se discute a necessidade de se ter no país R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões para infra-estrutura e logística", afirmou.

Segundo Skaf, essa taxa de juros ajuda a pressionar o câmbio para baixo e "acaba tendo um binômio negativo – juros altos e câmbio baixo – que sem dúvida atrapalha o crescimento e o desenvolvimento".