Érica Santana
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A Super Receita não contribuiu para a redução do déficit da Previdência Social em agosto, segundo Roberto Piscitielli, vice-presidente do Sindicato dos Auditores da Receita Federal (Unafisco). Piscitielli afirmou que ainda é muito cedo para que as mudanças realizadas na Receita Federal do Brasil tenham reflexo na arrecadação previdenciária.

O déficit da Previdência Social de agosto ficou em R$ 2,608 bilhões. O que representa uma redução de 3,4% em relação ao mesmo período do ano passado e de 15,5% em comparação ao julho deste ano.

"Nós acreditamos que ainda levará um certo tempo para que a máquina se ajuste. E é provável que nós levemos muito tempo para sentir os efeitos", afirmou Piscitielli. A Receita Federal do Brasil começou a funcionar no dia 15 de agosto deste ano. Piscitielli acredita que a mudança na legislação previdenciária é a principal responsável pela melhoria da arrecadação, que em agosto foi de R$ 8,952 bilhões.

De acordo com Roberto Piscitielli, a redução do déficit pode ser atribuída ao aumento do número de empregos formais e a "um razoável crescimento" da economia brasileira. "A economia, se não vai na velocidade que nós gostaríamos, representa os índices que nós achamos que o Brasil poderia ter, de qualquer maneira há um crescimento razoável.Isso significa que houve um aumento de emprego formal. Também houve um aumento da base de arrecadação e conseqüentemente da arrecadação previdência. Mas não teve nada a ver com a criação da super receita".

Piscitielli também atribuiu a redução ao aumento do teto dos benefícios previdenciários e ao aumento na arrecadação dos recursos administrados pela antiga Receita Federal.

Em março deste ano, o Ministério da Previdência Social anunciou que tinha como meta reduzir o déficit da Previdência de 38,6 bilhões para R$ 32 bilhões. Para o vice-presidente do Sindicato dos Auditores da Receita Federal, esse objetivo poderá ser alcançado desde que o Produto Interno Bruto (PIB) continue crescendo.