Ivan Richard
Da Agência Brasil

Brasília – O Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) deve retirar as representações contra os deputados José Dirceu (PT-SP) e Sandro Mabel (PL-SP) no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados ainda esta semana. Segundo o o presidente do partido, Flávio Martinez, disse hoje (19), o ex-deputado Roberto Jefferson, que teve o mandato cassado na última quinta-feira, está se sentindo usado e não quer ser "massa de manobra" de outros partidos.

Martinez afirmou que recebeu uma ligação de Jefferson ontem, na qual o ex-deputado lhe disse que preferia não continuar com os processos. "No domingo à tarde ele me telefonou dizendo que não queria, porque pensou bem e sentiu que dentro do Congresso existia uma movimentação entre PSBD e PFL para uma votação contra ele. Ele não queria ser massa de manobra", contou.

De acordo com o presidente do PTB, Roberto Jefferson foi o pivô de toda a crise, já que fez todas as denúncias. "Ele fez seu sacrifício e foi cassado. Ele foi o homem que deflagrou toda essa crise. Agora cassam ele e usam a atitude dele (os pedidos de cassação) contra outros. Cada um que queira fazer, que assuma".

Com a retirada das representações, os processos de cassação já iniciados contra José Dirceu e Sandro Mabel podem ser arquivados. Mesmo se livrando do processo apresentado pelo PTB, Dirceu e Mabel poderão ser novamente alvo de cassação, já que os dois estão na lista dos 16 parlamentares citados pelas CPMIs Correios e da Compra de Votos.

A lista, que estava na Mesa Diretora da Câmara dos Deputados e seria encaminha ao Conselho de Ética para que fossem abertos os processos de cassação, teve que voltar para a Corregedoria. A decisão foi tomada após a liminar concedida a deputados do PT pelo Supremo Tribunal Federal (STF) impedindo que o processo seguisse direto para o Conselho de Ética sem que os parlamentares fossem ouvidos. A partir da decisão do STF, os deputados que compõem a Mesa revogaram a decisão de encaminhar os processos ao Conselho de Ética antes de ouvir todos citados. Os parlamentares têm agora um prazo de cinco sessões para sua defesa.