Jovens ricos têm mais chance de emprego, mostra pesquisa

19/09/2005 - 17h11

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – "A taxa de desemprego é quase o dobro nessa faixa", afirma a economista Patrícia Lino Costa, do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômico (Dieese). Ela refere-se aos jovens entre 16 e 24 anos. "Também são os mais atingidos numa decisão de corte", afirma ela.

Ela lembra ainda que quando se analisa os critérios de seleção, prevalecem mais oportunidades para os jovens cujas famílias têm maior renda. "Isso se justifica porque aqueles com melhor condição financeira têm mais acesso à informação e à qualificação profissional. Podem apresentar um ou mais curso de idiomas, passar por uma boa faculdade entre outras vantagens do gênero", afirma. Na região metropolitana de São Paulo, 79,2% dos jovens de famílias com ganhos mensais acima de R$ 2 mil, estão no mercado de trabalho, percentual que cai para 68%, entre os jovens mais pobres com renda familiar até R$ 500 mensais.

A economista considera que um dos principais pontos da pesquisa é o que aponta a desvantagem da população jovem, em geral, em relação à média da População Economicamente Ativa (PEA). Na região metropolitana de São Paulo, por exemplo, em 2004, 32,6% dos jovens estavam em situação de desemprego enquanto na média, o percentual era de 18,1%. Em Salvador, as taxas eram de 42,8% de jovens e, na média, 25,3%. No Distrito Federal, 36,7% e 21,5%, respectivamente.