Lourenço Melo
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Vinte e cinco por cento da produção de café no Brasil é feita dentro da agricultura familiar, segundo informou João Roberto Puliti, presidente da Comissão Nacional do Café. Ele defende que a estabilidade do setor ajuda também a manter os trabalhadores nos seus lugares de origem.
A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) realizou consulta junto aos cafeicultores, através do "Projeto Conhecer" tendo apurado que 67% deles não vão ampliar a área plantada para a próxima safra, para evitar excesso de produção. José Roberto Puliti afirmou que 14% dos produtores consultados na pesquisa do Projeto Conhecer têm algum tipo de contrato de financiamento inadimplente, sendo que maior parte (61%) envolve dívidas securitizadas ou alongadas. A consulta feita pelo Projeto Conhecer ouviu 570 produtores de café de Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Bahia, Espírito Santo, e Rondônia além de um número menor em outros estados.
Segundo a Confederação Nacional da Agricultura "o mercado interno é o principal referencial para o cafeicultor brasileiro". Cerca de 59% dos produtores consultados responderam que vendem seu produto dentro do País e não pensam em exportar. No entanto há um grupo de produtores que começa a voltar atenção para o mercado internacional.
Dos consultados 24% disseram que vêem a exportação como importante alternativa comercial. Outros 17% pretendem exportar dentro de dois anos e 5% disseram que têm sua produção totalmente exportada. Dos 570 produtores ouvidos 43% já produzem ou pretendem investir nos segmentos de cafés especiais e/ou orgânicos, segmento que tem altos custos de produção e investimento.