Manifesto mostra que intelectuais não estão calados, diz professora da USP

18/09/2005 - 8h37

Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – O manifesto Pela investigação rigorosa da corrupção, pela punição dos envolvidos e pela democracia encabeçado por professores da Universidade de Campinas (Unicamp) e assinado por mais de 150 acadêmicos das mais importantes universidades do país, é uma demonstração de que os intelectuais não estão calados diante da situação política do país.

A avaliação é da professora de economia da Universidade de São Paulo (USP), Leda Maria Paulani, signatária do documento. "O manifesto é mais uma resposta a isso, é uma tomada de posição de um grupo de intelectuais que, digamos assim, tem nomes importantes, que se viram representados nesse texto e que estão dizendo ‘não estamos silenciosos de modo algum’", afirma.

O documento, a ser lançado na próxima terça-feira (20), critica o comportamento do governo e dos partidos políticos diante do processo de apuração das denúncias de corrupção.

"A gente percebeu, desde as denúncias daquele assessor do ministro Palocci, que eventualmente poderia haver alguma negociação para que determinadas figuras da República fossem poupadas por conta de questões relacionadas com estabilidade da economia e coisas dessa natureza. E nós julgamos que isso não seria correto", diz.

Segundo a professora, um processo de investigação viciado poderia afetar a construção da "jovem" democracia brasileira. "Apesar de termos saído da ditadura, a gente percebe nessas relações que vêm à tona nesses momentos que, na realidade, você tem uma relação muito frágil entre o que a democracia promete e o que ela, de fato, está conseguindo oferecer em termos de alternativas para a população", analisa.

O manifesto completo pode ser lido em www.unicamp.br