Relator nega que depoimento fechado de Gilberto Carvalho na CPI dos Bingos signifique proteção

15/09/2005 - 17h36

Lucas Parente
Da Agência Brasil

Brasília - O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), disse hoje que o fato de o depoimento do chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho, ter sido realizado a portas fechadas não significa proteção a ele. "Se houvesse proteção, ele não teria vindo", disse. O depoimento aconteceu em sessão secreta a pedido de Carvalho.

O irmão de Celso Daniel, prefeito petista de Santo André (SP) assassinado em 2002, José Francisco Daniel, afirmou, semana passada, em depoimento aos parlamentares, que Gilberto Carvalho teria lhe confirmado pessoalmente, dias depois do crime, a existência de um suposto esquema de corrupção entre a prefeitura de Santo André e empresas prestadoras de serviços públicos no município. Hoje, Carvalho negou ter feito essas declarações a José Francisco, segundo relatos dos senadores da CPI.

De acordo com o senador Efraim Morais (PFL-PB), presidente da comissão, ainda não é possível fazer uma avaliação de qual dos dois depoimentos foi o mais convincente. Para ele, a hipótese de uma possível acareação entre Carvalho e José Francisco não está descartada. "Alguns senadores levantaram essa hipótese no decorrer da sessão, mas nenhum requerimento foi entregue à presidência da CPI", disse.

Para Garibaldi, o melhor caminho para saber quem está falando a verdade, é uma acareação. O relator disse ainda, que em seu depoimento, Gilberto Carvalho afirmou que o assassinato de Celso Daniel foi crime comum, e que a prefeitura não mantinha nenhum esquema de propina.