Emprego na indústria paulista já cresceu 70% mais que a projeção da Fiesp para o ano

15/09/2005 - 17h07

Paulo Montoia
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – O saldo acumulado de novos empregos de janeiro a agosto deste ano, de 75.955 novas vagas em empregos formais, já é 70% superior à previsão dada à imprensa por Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Em dezembro do ano passado, então como novo titular do departamento, Francini previu um máximo de até 47 mil novos empregos para todo o ano de 2005 na indústria local.

Em agosto deste ano foram criados 3.150 novos postos de trabalho, crescimento de 0,15%, segundo o relatório divulgado hoje (15). Em agosto do ano passado, a Fiesp anunciou a geração de 4.364 novos empregos, divulgado como o melhor resultado em quatro anos para o mês de agosto, com crescimento de 0,28% contra quatro anos consecutivos de saldos negativos (mais demissões que contratações) nesse mês.

Em julho deste ano, os empregos na indústria paulista cresceram 0,81%, o segundo melhor resultado no período acumulado de doze meses. Segundo informe divulgado pela Fiesp, "foi o segundo melhor julho desde 2000". O crescimento foi inferior apenas aos 0,87% registrados em outubro do ano passado, quando as contratações atingem seu ápice para a produção da temporada de natal. "Existe historicamente um pequeno acréscimo do nível de emprego nos meses de setembro e outubro que são uma antecipação para as vendas que se acentuam no final do ano", disse hoje Francini, referindo-se aos próximos dois meses.

"Os dados (de contratação em julho) devem ser analisados de forma racional e não com muita euforia, pois não sabemos ainda se este crescimento representa um pequeno espasmo ou uma retomada de fôlego", disse Francini na ocasião da divulgação.

Na segunda-feira (12), o ministro Antonio Palocci pediu atenção dos empresários para os números de geração de empregos formais no país, ao falar em São Paulo no 2o Fórum de Economia da Fundação Getúlio Vargas. "A geração de empregos formais é um bom assunto para explorar, porque tem uma mudança no perfil do emprego formal no Brasil, que não é explicada só pelo crescimento econômico. O crescimento econômico está maior do que antes. Mas o emprego está muito maior (do que ele). A melhora da fiscalização é uma explicação, a melhora do perfil das empresas é uma explicação, a melhora do perfil exportador é uma explicação. (...) Mas eu não estou querendo explicar isso não", disse o ministro, sugerindo que o tema fosse eventualmente estudado pela FGV.